COMPANHIA DO SORRISO

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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fichamento 4

Atendimento Odontológico ao Paciente Portador de Doença de Von Willebrand.

Roberto Elias;Michele Christofaro; Flávia Bianchi Hid

“A doença de von Willebrand (DvW) foi descrita originalmente em 1926 pelo médico Erik von Willebrand. É uma doença de herança autossômica dominante causada por uma anormalidade quantitativa e qualitativa do fator de von Willebrand. Este fator é uma glicoproteína multimérica de alto peso molecular sintetizada pelas células endoteliais e megacariócitos.”

‘A classificação pela Sociedade Internacional para Trombose e Hemostasia (ISTH) identificou três tipos principais de DvW: A: tipo 1 (cerca de 80% dos casos), deficiência parcial quantitativa de FvW; B: tipo 2, anormalidade qualitativa do FvW com dois subtipos principais: subtipo 2ª com ausência de multímeros de alto peso molecular (HMW), e o subtipo 2B com aumento da afinidade do FvW a glicoproteína plaquetária 1B e secundária perda de multímeros HMW, usualmente acompanhado de trombocitopenia; C: tipo 3 deficiência severa de FvW com deficiência secundária de fator VIII (FVIII) em vários graus.”

“Para definir o tipo da DvW, são necessários os seguintes exames: 1- Dosagem do fator VIII coagulante, onde nos pacientes com a doença dos tipos I e II poderá estar normal ou discretamente reduzido e no tipo III esse fator está muito reduzido (menor que 5%) ; 2- Quantificação do antígeno do fator de von Willebrand, onde avaliamos a quantidade da glicoproteína presente na circulação; 3- Atividade de co-fator de ristocetina, este teste reflete a atividade funcional do FvW.”

“De uma forma geral, os pacientes com desordens hematológicas já sabem de sua condição, o que permite a tomada de precauções antes de procedimentos cirúrgicos. Embora em alguns casos o cirurgião-dentista (CD) pode suspeitar da presença de algum problema após uma exodontia com tempo de sangramento aumentado. [...] história de sangramento nasal, hematomas freqüentes, sangramento menstrual intenso e sangramento espontâneo.” São outros fatores que podem levar ao diagnóstico.

“Quando o dentista atende um paciente que possui um distúrbio hemorrágico o médico do paciente deve ser consultado e a conduta do tratamento dentário discutida em detalhes.”

“Antes do procedimento odontológico o clínico deve avaliar qual o tipo de discrasia presente e o potencial hemorrágico do procedimento a ser realizado.”

“Pacientes considerados graves devem ser hospitalizados para receberem tratamento odontológico de risco moderado como: raspagem subgengival, alisamento radicular, procedimentos restaurados com preparação subgengival, exodontia simples, anestesia local regional; e de alto risco como: procedimentos cirúrgicos extensos.”

“As formas mais discretas ou menos graves da DvW costumam passar despercebidas, embora sejam as que mais causam sangramento gengival, são as mais comuns no Brasil.”

“O tratamento apropriado para a DvW depende dos sintomas e do tipo da doença. Existem duas opções terapêuticas: uma envolvendo o uso de criopreciptado, uma fração do plasma rico em fator de von Willebrand, ou concentrado de fator VIII e outra, que evita o uso do plasma, é o emprego da 1-desamino-8-D-arginina vasopressina (DDAVP) ou desmopressina. Esta última opção é mais apropriada aos pacientes com doença do tipo I, ela tem a propriedade de melhorar a interação entre as plaquetas e o subendotélio.”

“O uso de aspirina é rigorosamente contra indicado por causa de seu efeito adverso no funcionamento das plaquetas sangüíneas. As hemorragias poderão ocorrer, se os pacientes utilizarem medicamentos que contenham aspirina.”

“Todos os autores incluídos no artigo foram unanimes em afirmar que a DvW é uma doença hemorrágica hereditária causada por uma alteração quantitativa ou qualitativa do FvW que é uma glicoproteína multimérica heterogênea com duas importantes funções biológicas: facilita a adesão plaquetária nos locais de lesão vascular e serve como transportador plasmático do fator VIII coagulante (Fator anti-hemofílico).”

“De acordo com Marques, os pacientes com DvW não apresentam um risco cirúrgico aumentado se for realizada uma terapia adequada.”

“Pode ser concluído que o cirurgião-dentista deve estar atento à possibilidade de problemas hemorrágicos e que profissional que irá atender o paciente portador da doença de von Willebrand deve estar em contato com o hematologista do paciente, solicitar exames pré-operatórios e implementar medidas preventivas em relação a ocorrência de hemorragias.”

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