COMPANHIA DO SORRISO

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

DROGAS: LEGAIS OU NÃO, ELAS ACABAM COM OS DENTES.

Muitas drogas, tanto as prescritas como as ilegais, podem causar sérios prejuízos à saúde bucal. Estimativas sugerem que 40% das pessoas ingerem ao menos um tipo de medicamento diariamente, podendo resultar no enfraquecimento e até mesmo na perda dos dentes.

Uma série de remédios prescritos e também de drogas ilícitas costumam provocar a redução da saliva, gerando uma condição chamada de boca seca, condição também multifatorial. Isso é muito prejudicial aos dentes, porque uma das funções da saliva é controlar a população de bactérias na boca. Sem essa proteção, aumentam as chances de a pessoa desenvolver mais cáries, inflamações e infecções na gengiva, sem mencionar o impacto negativo no estado geral de saúde do paciente, diz o doutor Marcelo Rezende*.


De acordo com o especialista, além dos medicamentos prescritos para tratamento de câncer e dos contraceptivos orais, as drogas legais que mais comprometem os dentes são os anti-histamínicos (usados no tratamento de manifestações alérgicas), os remédios para tratamento de asma e os xaropes. Enquanto o primeiro grupo costuma provocar o efeito de boca seca, alguns medicamentos para asma são altamente ácidos e podem afetar o esmalte dos dentes com seu uso prolongado. Já os xaropes contêm muito açúcar em suas fórmulas, aumentando o risco de cáries se o paciente não escovar os dentes logo após ser medicado.


Uso de drogas       +

  
     
Falta de higiene bucal            =

perda dos dentes
Na opinião do doutor Marcelo Rezende, as drogas que mais prejudicam os dentes dos usuários são:
Cocaína
A Cocaína. Muitas vezes, os usuários esfregam a substância nos dentes e na gengiva. Misturada com a saliva, a cocaína resulta numa solução ácida, provocando a erosão do esmalte dental, que é a perda de tecido duro da superfície dos dentes. Essa perda é muito agressiva e pode desencadear dor, sensibilidade exagerada e comprometer a aparência do paciente.

Espécie de cachimbo
O crack normalmente é fumado com uma espécie de cachimbo. Ao entrar em contato direto com a boca, a fumaça danifica o esmalte, a gengiva e os nervos.

"A droga do amor"
Êxtase, a chamada “droga do amor” predispõe o usuário a sofrer de boca seca e bruxismo, que é o ranger involuntário dos dentes durante o sono. Toda estrutura da arcada dental pode ser prejudicada se não tratada adequadamente.

Metanfetamina
Metanfetamina, essa droga é altamente ácida e uma das mais agressivas para os dentes, provocando cáries em curto espaço de tempo. Outros efeitos incluem boca seca, bruxismo e problemas mandibulares.

_________________
* Dr. Marcelo Rezende é cirurgião-dentista, especialista em implantes dentários, diretor da Smiling Dental Care
(Manaus, AM), e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética.


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Fichamento 10

A síndrome de Marfan e seus aspectos odontológicos

Carlos Eduardo Baraldi1, Marcel Fasolo de Paris2, Wanyce Miriam Robinson3
1 Professor-Adjunto da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, RS
2 Professor-Adjunto da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, RS
3 Professora Aposentada do Departamento de Genética – IBC – Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS
* Os autores declaram que não há confl itos de interesses na redação
ou publicação deste artigo.

Rev. Fac. Odontol. Porto Alegre, Porto Alegre, v. 49, n. 3, p. 36-39, set./dez., 2008.

“A síndrome de Marfan é uma doença do tecido conjuntivo, de caráter hereditário, com grande variabilidade de expressão clínica. Afeta fundamentalmente os sistemas esquelético, cardiovascular e ocular. Sua etiologia está relacionada a mutações no gene da fibrilina-1, localizado no cromossomo 15.”

“A patologia foi descrita por Antoine Marfan, reconhecido como o primeiro Professor de Pediatria da França, em 1896.”

“A incidência é estimada em 1:10.000 indivíduos, sendo a maior parte dos casos familiais, com aproximadamente 5% dos casos devendo-se a mutações novas em indivíduos sem história familiar.”

“A expectativa de vida destes pacientes é menor do que a da população normal, havendo relatos de morte súbita devido a complicações cardiovasculares.”

“Os métodos laboratoriais para o mesmo não estão disponíveis para utilização clínica, servindo mais para propósitos de investigação científica. Pacientes que não apresentem a mutação no gene da FBN1, mas preencham os critérios clínicos, podem ser classificados como casos da doença.”

“No sistema esquelético, é clássica a descrição de estatura corpórea elevada, com membros longos. [...] A presença de dedos longos (aracnodactilia) é característica. O tórax é longo, geralmente deformado, com a presença de peito escavado ou carenado. Escoliose pode estar presente, bem como protusão do acetábulo. Um sinal clínico menor é a frouxidão ligamentar, podendo levar à ocorrência de pé plano, a luxações
recorrentes da patela ou da mandíbula.”

“As alterações oculares são freqüentes, [...] o comprimento exagerado do globo ocular pode estar presente, contribuindo para miopia. O descolamento de retina pode ocorrer, provocando a alteração oftalmológica mais grave da síndrome. A incidência de catarata e glaucoma é maior do que na população geral. A íris pode ser hipoplásica, dificultando a midríase, complicando não só o diagnóstico, como também eventuais tratamentos oftalmológicos que necessitem dilatação pupilar.”

“As manifestações CV são as que inspiram maior preocupação, devido à sua gravidade. Anomalias da artéria aorta, como dilatação ou dissecção da região ascendente (sinal maior), são frequentes. Dilatação da artéria pulmonar e alterações da artéria aorta descendente podem manifestar-se com o avançar da idade. Prolapsos da válvula mitral, com regurgitação, podem levar à insufi ciência mitral, além de ser fator de risco para endocardites bacterianas. Assim, o tratamento dentário e a manutenção de níveis adequados de saúde bucal são elementos importantes para a prevenção de quadros infecciosos deste tipo, de grande impacto na morbimortalidade”

“Outras alterações podem se manifestar, como o pneumotórax espontâneo, a presença de hérnias e de estrias da pele não relacionadas à perda de peso. Estas estão associadas à flacidez do tecido conjuntivo. A instabilidade do tórax é um fator a considerar frente à indicação de procedimentos anestésicos gerais.”

“No sistema nervoso, a ectasiadural (alargamento do tubo neural) é considerado sinal maior da SM, diagnosticado através de exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética). Os sintomas podem incluir dor lombar, cefaleia, disfunção intestinal ou urinária.”

Características bucomaxilofaciais
As descrições clássicas incluem a dolicocefalia, associada a anomalias com deficiência transversal da maxila, palato alto e profundo, má oclusão, prognatismo mandibular e excesso vertical facial”

“Disfunções temporo mandibulares são mais frequentes do que na população em geral. Os dentes tendem a ser mais longos e estreitos.”

Aspectos morfofuncionais das anomalias bucomaxilofaciais na SM
Os portadores da SM apresentam graus variáveis de distúrbios respiratórios obstrutivos altos. Estes achados podem estar relacionados diretamente à deficiência do tecido conjuntivo, bem como serem consequentes às alterações morfológicas bucomaxilofaciais presentes.”

A síndrome de Marfan e as dores orofaciais
Existem [...] evidências sugestivas de maior prevalência de distúrbios temporomandibulares em pacientes portadores da síndrome. De maneira similar aos distúrbios obstrutivos respiratórios, estas alterações podem ser devidas primariamente ao distúrbio do colágeno, com maior frouxidão articular, bem como ter alguma contribuição da morfologia dentofacial desfavorável.”

“Apesar das características marcantes da SM, as inúmeras possibilidades de diagnóstico diferencial, além dos critérios diagnósticos complexos, sugerem como prudente o aconselhamento genético para o fechamento do diagnóstico. [...] Tal orientação é ainda relevante para o paciente, para que este exerça suas decisões esclarecido sobre as implicações da doença.”

“O conhecimento dos sinais e sintomas da síndrome pelo cirurgião–dentista é importante, pois o mesmo pode ser o profissional responsável pelo diagnóstico da doença, dada a grande quantidade de alterações bucomaxilofaciais presentes.”

“Para o tratamento odontológico invasivo, o uso de anestésicos locais contendo vasoconstrictores adrenérgicos (adrenalina, noradrenalina) deve ser racional. Os vasoconstrictores não adrenérgicos prilocaína e levonordefrina podem ser indicados, bem como soluções anestésicas sem vasoconstrictores. Deve ser encorajado o controle do estresse durante as sessões, a duração curta das mesmas, bem como o monitoramento da pressão arterial e da frequência cardíaca durante o atendimento.”

“As alterações bucomaxilofacias presentes na síndrome, especialmente a deficiência transversal da maxila, contribuem para a ocorrência da síndrome das apneias/hipopneias obstrutivas do sono (SAHOS) nestes pacientes.”

“Estudos são necessários para avaliar se sua correção através de técnicas ortopédicas, ortodônticas ou cirúrgico-ortodônticas, pode contribuir para a maior (e melhor) sobrevida destes pacientes, ao propiciar correção anatômica bucomaxilofacial e consequente melhora das condições de permeabilidade da via aérea superior.”

“Mais estudos são necessários para identificar de forma mais precisa as alterações bucomaxilofaciais da SM, quais delas estariam relacionadas à alteração do gene codificador da proteína fibrilina-1 e quais poderiam ser de causa ambiental.”

Fichamento 9

Aspectos culturais na compreensão da periodontite crônica: um estudo qualitativo

Sharmênia de Araújo Soares NutoI; Marilyn Kay NationsI, II; Íris do Céu Clara CostaIII
IUniversidade de Fortaleza, Fortaleza, Brasil
IIHarvard Medical School, Boston, U.S.A
IIIUniversidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil
Cad. Saúde Pública vol.23 no.3 Rio de Janeiro Mar. 2007

“Muitos estudiosos da área da Antropologia Médica têm pesquisado as dificuldades de comunicação clínica entre profissionais de saúde e pacientes.”

“Isso ocorre porque os modelos médicos são respaldados pela ciência moderna, por meio de pesquisas, e os modelos populares são idiossincrásicos, mutáveis e fortemente influenciados pela personalidade e por fatores culturais”

“No primeiro momento, é realizada a apresentação da doença pelo paciente, de forma verbal ou não-verbal, a qual inclui as dimensões psicológicas, morais, sociais e espirituais. Em seguida, o profissional, de acordo com o conhecimento científico, faz a tradução do quadro apresentado pelo paciente em sinais fisiologicamente e patologicamente quantificáveis para que eles adquiriram significados de doença.”

“Para colaborar na compreensão dos modelos explicativos em Odontologia, este estudo foi realizado utilizando-se a análise das concepções, das crenças e das atitudes dos pacientes portadores de periodontite crônica.”

“Em meio a uma má escovação e outra, o discurso popular relaciona a periodontite crônica à falta de condições sócio-econômicas para acesso às informações e aos serviços odontológicos de qualidade em periodontia. Conseguem fugir do discurso hegemônico de má escovação e ampliar a explicação do processo saúde-doença para além de bocas, gengivas e bactérias, para incluir as condições de vida e o acesso aos serviços especializados, diferenciando, inclusive, o tratamento de periodontia como de melhor qualidade do que a simples "limpeza" realizada nos postos de saúde.”

“Os microorganismos são explicados, não como uma infecção na cavidade bucal por patogênicos específicos, que atuam no desenvolvimento de toda doença, mas como uma atuação específica na mobilidade dentária, sendo este o sinal clínico de maior preocupação e gerador de procura por um tratamento periodontal. Ou seja, a procura pelo serviço odontológico é acelerada pelo terror ocasionado pela mobilidade.”

“Por possuírem uma longa história com a periodontite crônica, foi fácil a descrição dos sintomas mais presentes: sangramento, dentes moles, tártaro, gengiva inflamada, mau hálito, dente sensível e retração gengival. E o sangramento gengival, apesar de ser identificado como um dos sintomas mais presentes na periodontite crônica, muitas vezes não gera por si a procura pelo tratamento periodontal.”

“A compreensão dos pacientes entrevistados é resultante de muitos anos de convivência com a etnoenfermidade "piorréia" e do agravamento dos seus sinais clínicos, vivenciados ao longo da vida e enraizada na cultura popular local.”

“A odontologia científica avançou no conhecimento técnico-científico, mas a comunicação com o saber popular deixa muito a desejar, permanecendo os cirurgiões-dentistas presos ao modelo antropocêntrico, em detrimento de uma visão sistêmica da realidade.”

“Durante a confrontação do modelo popular com biomédico odontológico sobre a periodontite crônica, foi identificada a pluralidade e múltiplas explicações do saber empírico em relação às explicações singulares do conhecimento científico e técnico.”

“Enquanto para a Odontologia a maioria das periodontites são inflamações crônicas e progressivas, caracterizadas clinicamente por perda óssea, bolsas periodontais e inflamação gengival e possuem como etiologia primária a presença de bactérias específicas residentes no biofilme dentário, associada a uma deficiência no mecanismo de defesa do paciente; para a população é "problema de gengiva" ou "piorréia" 20, causados por descuido, má escovação, falta de condições sócio-econômicas para acesso aos serviços de qualidade, doces e alimentação em geral e a presença de "germes" durante a mobilidade dentária.”

Se faz necessário “a aproximação dos conceitos culturais e da linguagem popular em saúde, adquiridos a partir de pesquisas da área de Antropologia Médica, não garante por si, uma mudança na prática pedagógica. É preciso a superação do fosso cultural entre as instituições de saúde e a população, a compreensão da diversidade e da heterogeneidade da realidade social e da complexidade e singularidade da subjetividade humana, por meio do desenvolvimento da autonomia e da capacidade de superação das pessoas no enfrentamento das situações de saúde-doença, tanto em nível individual quanto coletivo.”

Fichamento 8

Doença Periodontal como Potencial Fator de Risco para Síndromes Coronarianas Agudas

Renata Accarini e Moacir Fernandes de Godoy
Hospital de Base da Fundação Faculdade Regional de Medicina (FUNFARME), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da FAMERP, São José do Rio Preto, SP

Arq Bras Cardiol 2006; 87 : 592-596

A possibilidade de associação entre saúde oral (especialmente extensão e natureza da doença periodontal) e doenças cardiovasculares tem sido, recentemente, objeto de vários estudos epidemiológicos e laboratoriais. Apesar dos resultados indicarem associação positiva, permanecem controvérsias principalmente quanto à ligação causal e mecanismos fisiopatológicos que expliquem esta associação.”


Vários estudos tipo coorte registraram que a DP foi um importante preditor de futuros eventos cardiovasculares. Mais recentemente, outras pesquisas buscam demonstrar que fatores genéticos influenciam processos biológicos envolvidos em ambas as doenças, representando um potencial mecanismo que pode ligar a DP à DCV.”

“A fim de estabelecer uma associação causal, várias pesquisas detectaram a presença de bactérias periodontopatogênicas em placas ateroscleróticas.”

“Marcadamente, trabalhos nesta mesma linha conseguem demonstrar que tanto a presença da DP como seu tratamento influenciam na produção de citocinas, especialmente quanto às proteínas de fase aguda”

“O número expressivo de pacientes edentados (53,7%) pode ser justificado pelo fato de que o Hospital onde se realizou a coleta de dados recebe indivíduos de várias regiões do interior do Estado de São Paulo, com muitos pertencendo às classes socioeconômicas menos favorecidas culminando, conseqüentemente, na maior possibilidade de apresentarem condições orais mais precárias”

“[...] há cerca de 2,5 vezes mais chance de haver doença periodontal em quem tem doença coronariana obstrutiva importante do que em quem tem coronarianas normais.”

Uma das grandes dificuldades para comparação dos diferentes trabalhos sobre o assunto é a ausência de um sistema homogêneo e consensual de classificação para a DP. Isto dificulta a conclusão sobre a associação ou não entre DP e DCV entre vários artigos já publicados.”

“A vertente mais promissora para explicar esta associação talvez esteja na análise dos marcadores inflamatórios característicos dos eventos isquêmicos cardíacos ou preditores dos mesmos. [...] tem a redução da quantidade de marcadores inflamatórios ao se submeter indivíduos ao tratamento periodontal, ou mesmo a comparação destes marcadores em diferentes grupos de portadores e não portadores de DP, podese vislumbrar as intervenções periodontais como coadjuvantes na prevenção dos eventos cardíacos”

“A associação estatisticamente significante entre coronariopatia obstrutiva e presença de doença periodontal ativa sugere fortemente que a doença periodontal deva ser considerada entre os fatores de risco para desenvolvimento de doença coronariana obstrutiva e, conseqüentemente, em face dos aspectos inflamatórios envolvidos, seria fator de risco potencial na etiologia e na instabilização da placa aterosclerótica culminando na síndrome coronária aguda.”

Vídeo do Eduardo Sérgio

http://eduardosergiosampaio.blogspot.com/2011/05/meu-video.html

Vídeo do Kauê Rodrigues

Link para o vídeo replicação do DNA


http://kauerodonto.blogspot.com/2011/06/tarefa-5.html

Divulgaçõ de vídeo

Divulgação do vídeo do colega Marcelon

http://marcelonodonto.blogspot.com/2011/06/video-legendado.html

Fichamento 7

Associação entre doença periodontal e patologias sistêmicas.

RICARDO FARIA ALMEIDA,* MÓNICA MORADO PINHO,**
CRISTINA LIMA,*** INÊS FARIA,**** PATRÍCIA SANTOS*****
E CLÁUDIA BORDALO******

*Médico Dentista. Mestrado em Periodontologia pela Universidade
Complutense de Madrid. Doutorado pelo Departamento de Medicina e
Cirurgia Buco-facial Universidade Complutense de Madrid. Docente
Responsável pela Disciplina de Periodontia da Universidade Fernando Pessoa.
**Médica Dentista. Aluna da Pós-Graduação em Ortodontia da Universidade do Porto. Docente de Periodontia da Universidade Fernando Pessoa.
***Médica Dentista. Docente de Periodontia da Universidade Fernando Pessoa
****Médica Dentista. Aluna do Mestrado de Periodontologia da Universidade de Lisboa.
*****Médica Dentista. Aluna do Mestrado de Periodontologia da Universidade de Lisboa.
******Médica Dentista.Pós-graduada em Periodontologia pela Universidade do Porto. Aluna do Doutoramento de Universidade de Santiago de Compostela. Docente de Periodontia da Universidade Fernando Pessoa.
Rev Port Clin Geral 2006;22:379-90

DOENÇA PERIODONTAL
“A Doença Periodontal (DP) é uma infecção crónica, produzida por bactérias gram-negativas, com níveis de prevalência elevados,1 sendo a segunda maior causa de patologia dentária na população humana de todo o Mundo.”

“As manifestações clínicas da doença são dependentes das propriedades agressoras dos microrganismos e da capacidade do hospedeiro em resistir à agressão.”

“Embora o mais importante mecanismo de defesa resida na resposta inflamatória que se manifesta inicialmente
como gengivite, variações na eficácia protectora do processo inflamatório e o potencial patogénico das bactérias podem ser a causa principal das diferenças encontradas na susceptibilidade à Doença Periodontal. O processo inflamatório desencadeado pode culminar com a instalação de uma periodontite.”

“A resposta imune de cada indivíduo tem um papel importante no início e progressão desta doença, [...] e pode ser influenciada por factores de risco, biológicos e comportamentais.”

Gengivite
Define-se como uma inflamação superficial da gengiva onde, apesar das alterações patológicas, o epitélio de união se mantém unido ao dente, não havendo perda de inserção. É uma situação reversível, caso sejam removidos os factores etiológicos (bactérias). Contudo, tem um papel precursor na perda de inserção ao redor dos dentes se os factores etiológicos não forem eliminados.”

Periodontite
“A Periodontite corresponde a uma situação de inflamação com destruição do periodonto e ocorre quando as alterações patológicas verificadas na Gengivite progridem até haver destruição do ligamento periodontal e migração apical do epitélio de união. Existe uma acumulação de placa bacteriana, ao nível dos tecidos mais profundos, causando uma perda de inserção por destruição do tecido conjuntivo e por reabsorção do osso alveolar. A Doença Periodontal tem vindo a ser associada a diversas patologias de índole sistémica.”

DOENÇAS CARDIOVASCULARES
O principal factor responsável pela maioria dos casos de Doenças Cardiovasculares e Cerebrovasculares é a
Aterosclerose. Trata-se de uma doença vascular progressiva caracterizada por um espessamento da camada sub- íntima de artérias musculares de médio calibre e grandes artérias elásticas.”

“colocou-se a hipótese das Doenças Periodontais, como doenças infecciosas, terem um papel na formação de ateromas. Efectivamente, vários agentes patogéneos periodontais foram detectados em placas de ateroma.”

“A pesquisa que documenta esta possível associação é relativamente recente, sendo um dos primeiros estudos o
de Mattila e col. em 1989. Este estudo verificou um pior estado de saúde dentária (índice dentário total) no grupo teste quando comparado com o grupo controlo e desde então muito se tem publicado sobre esta associação.”

“Considerando o tipo de patologia cardiovascular, são já vários os estudos que encontram uma associação forte entre Doença Periodontal e Doença coronária, Enfarte do Miocárdio e Eventos Cérebro-vasculares.”

“Apesar de alguns trabalhos sugerirem uma relação entre as doenças periodontais e as patologias cardiovasculares, estes estudos não são satisfatórios para afirmar a existência de uma relação de causa/efeito entre as duas. Efectivamente, apesar de estar bem documentada a associação estatística entre as duas patologias, não está ainda determinado, com exactidão, o mecanismo biológico que as relaciona.”

INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
O início da Pneumonia Bacteriana está dependente da colonização da cavidade oral e orofaringe por potenciais patogéneos respiratórios, a sua aspiração para as vias aéreas inferiores e a falência dos mecanismos de defesa do hospedeiro.”

“Um estudo conduzido por Terpenning e col. numa população idosa, demonstrou um aumento do risco de pneumonia por aspiração quando a bactéria Porphyromonas gingivalis, associada à Doença Periodontal, estava presente na placa bacteriana e saliva dos pacientes.”

“Uma higiene oral insuficiente e a Doença Periodontal parecem estar, estatisticamente, relacionadas com a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, embora nenhum estudo tenha demonstrado a influência da Doença Periodontal na patofisiologia desta patologia respiratória.”

“Os mecanismos que podem estar na base desta possível associação são a aspiração de patogéneos orais para os pulmões e a acção de enzimas associadas à Doença Periodontal que promovem a adesão e colonização por bactérias passíveis de causar doenças respiratórias.”

“Apesar de algumas publicações sugerirem uma associação entre a Doença Periodontal e as Infecções respiratórias, não é possível prová-la com exactidão.”

ARTRITE REUMATÓIDE
Segundo Harris, a Artrite Reumatóide é uma doença crónica inflamatória, de carácter destrutivo, que se caracteriza pela acumulação persistente de infiltrado inflamatório na membrana sinovial que pode conduzir à destruição das articulações.”

“A possível associação entre Artrite Reumatóide e periodontite foi avaliada e estudada em inúmeros artigos científicos. No entanto, os resultados obtidos não são consensuais, pois ainda que alguns estudos corroborem esta hipótese outros falham em demonstrar a hipotética relação entre as duas patologias de índole inflamatória e crónica.”

“A Artrite Reumatóide apresenta de uma forma geral um carácter progressivo. No entanto, podem ser detectados três tipos diferentes da doença: Artrite Reumatóide auto-limitada, Artrite Reumatóide facilmente controlável e Artrite Reumatóide progressiva.”

“Os padrõesde progressão da periodontite podem ser de três tipos distintos: periodontite «well mantained, periodontite «downhill e periodontite «extreme downhill».”

“A Periodontite e a Artrite Reumatóide apresentam mecanismos de patogênese similares, caracterizados por uma condição inflamatória exacerbada. No entanto, nenhuma relação causal pode ser estabelecida embora esteja devidamente documentado que pacientes com Artrite Reumatóide apresentam uma deterioração  umentada das condições periodontais em comparação com pacientes sem a doença.”

Havendo, desta forma “a necessidade de realizar mais estudos, eventualmente de intervenção, para determinar e  sclarecer qual a relação entre a periodontite e a Artrite Reumatóide.”

PARTOS PREMATUROS
A definição, universalmente aceite, do conceito de Parto Pré-Termo é a adoptada pela Federação Internacional  e Obstetrícia e Ginecologia (FIGO) e pela OMS em 1972, definição essa que considera Parto Pré-Termo aquele  que ocorre entre a 22a semana completa (154 dias) e a 37a semana (258 dias) de gestação.”

“A importância clínica deste problema reside no facto de o Parto Pré-Termo (PPT) ser uma das causas mais  importantes de morbimortalidade a nível mundial, condicionando mais de 60% da mortalidade neonatal total, sendo que a maioria das mortes ocorre em recém-nascidos cujo parto foi anterior às 32 semanas de gestação.”

“Entre os factores de risco associados à ocorrência de episódios indesejáveis durante a gestação, múltiplos estudos têm evidenciado a importância das infecções maternas no Parto Pré-Termo e no baixo peso. A Periodontite surge neste contexto como uma infecção de carácter crónico causada por bactérias predominantemente anaeróbias [...].”

“Apesar do mecanismo exacto através do qual a periodontite materna poderá levar à ocorrência do Parto Pré-Termo não estar ainda esclarecido, vários estudos têm encontrado uma associação estatisticamente significativa entre estas duas condições, sugerindo que, de facto, a periodontite pode ser um factor de risco não identificado para o PPT.”

“Numa perspectiva de cuidados de saúde, a periodontite pode ser, não só prevenida, como tratada. Desta forma,
se a periodontite for identificada como um novo factor de risco modificável para o PPT, parece-nos legítimo destacar o enorme potencial de benefícios que a intervenção periodontal poderá representar na redução do risco do PPT.”

“Apesar de inúmeros estudos sugerirem uma associação entre a Doença Periodontal e as Patologias Sistémicas anteriormente mencionadas, muitos outros existem que não corroboram essa relação. Assim, ainda que o melhor conselho continue a ser o incentivo à prevenção, salienta-se a necessidade de realizar mais estudos, eventualmente de intervenção, para esclarecer e determinar qual a real associação entre a Doença Periodontal (especificamente a periodontite) e estas patologias.”

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fichamento 6

Células-tronco em Odontologia

Ana Prates Soares*, Luégya Amorim Henriques Knop*, Alan Araujo de Jesus **, Telma Martins de Araújo***
* Acadêmicas do Curso de Graduação em Odontologia - UFBA.
** Especialista em Prótese Dental (ABO/Ba). Mestre em Odontologia (FOUFBA). Doutorando em Biotecnologia UEFS/FIOCRUZ.
*** Doutora e Mestre em Ortodontia – UFRJ. Professora Titular de Ortodontia UFBA. Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.
Dental Press Ortodon Ortop Facial / Maringá, v. 12, n. 1, p. 33-40, jan./fev. 2007



Atualmente existem diversas terapias para substituição dos órgãos dentários, todas elas baseadas em técnicas não-biológicas e sujeitas a falhas. Apesar desta condição ser uma anormalidade comum e não ameaçar a vida do paciente, esforços têm sido dirigidos para o desenvolvimento de mecanismos para a utilização de células-tronco na reposição de tecidos bucais.”

CÉLULAS-TRONCO OU PROGENITORAS
Células-tronco são definidas como células indiferenciadas com grande capacidade de auto-renovação e de produzir pelo menos um tipo celular altamente especializado.”

“A maior vantagem do uso de células-tronco embrionárias é a sua capacidade de proliferação e de diferenciação em diversos tipos celulares. Mas existem desvantagens, como a sua instabilidade genética, a obrigatoriedade de sua transplantação para hospedeiros imunocomprometidos, o risco de formação de teratocarcinomas e de contaminação através do seu cultivo em fibroblastos de ratos, além da questão ética”

“Já as células-tronco adultas apresentam a vantagem de serem autogênicas, não incorrendo em limitações morais, e responsivas aos fatores de crescimento inerentes ao hospedeiro. No entanto também apresentam desvantagens, como o fato de não serem pluripotentes, a dificuldade de obtêlas, purificá-las e cultivá-las in vitro, além de sua presença em menor quantidade nos tecidos.”

“Existem evidências de que células-tronco de dentes decíduos são similares àquelas encontradas no cordão umbilical. Quando comparadas às células-tronco provenientes da medula óssea e da polpa de dentes permanentes, notou-se que as SHED (stem cells from human exfoliated deciduous teeth) apresentam uma maior taxa de proliferação.”

“Pesquisas demonstraram que células-tronco da polpa requerem um meio indutor apropriado e um arcabouço composto por hidroxiapatita/tricálciofosfato para induzir a formação de osso, cemento e dentina in vivo.”

“Pesquisadores cultivaram células-tronco da medula óssea e da polpa humana, provenientes de terceiros molares impactados, e analisaram a expressão genética dessas células. [...] Foi demonstrado um padrão gênico altamente similar entre esses dois tipos celulares, com exceção de alguns genes.”

MATRIZ
“Para bioengenharia de tecidos, uma matriz é essencial, pois fornece o arcabouço necessário para o transporte de nutrientes, oxigênio e resíduos metabólicos. Esse arcabouço deve ser biocompatível, não irritante e resistente.”

“Fibroblastos isolados a partir da polpa dentária foram cultivados em matriz composta por fibras de ácido poliglicólico e, após 60 dias, exibiram celularidade similar à encontrada na polpa humana normal, indicando que esta matriz apresenta boas propriedades para a bioengenharia.”

FATORES DE CRESCIMENTO
Os fatores de crescimento são proteínas secretadas extracelularmente que governam a morfogênese durante tais interações”

APLICAÇÕES EM ODONTOLOGIA
“A regeneração de um órgão dentário não é simples, pois seu desenvolvimento é determinado por interações complexas e inúmeros fatores de crescimento e, ainda, a diferenciação celular está ligada a mudanças morfológicas no decorrer da formação do germe dentário. Tem sido proposta a utilização de células-tronco adultas em diversas áreas da Odontologia.”

“O objetivo da Odontologia conservadora é restaurar ou regenerar os tecidos dentários para manter a vitalidade, a função e a estética do dente.”

“Na busca pela formação de um órgão dentário completo, foram desenvolvidos experimentos em ratos, utilizando primórdios da lâmina dentária ao invés de populações de células-tronco isoladas. Isto evidencia uma dificuldade na manipulação de todos os fatores envolvidos no desenvolvimento de um órgão dentário. Além desta problemática é evidente a necessidade da inserção e funcionabilidade do órgão formado, de maneira que possa se integrar ao sistema estomatognático.”

“Pesquisadores observaram que células dentárias no estágio de botão, obtidas de ratos recém-nascidos, cultivadas in vitro durante 6 dias e transplantadas para dorsos de ratos imunocomprometidos, apresentaram resultados ótimos na formação de coroas dentárias maduras, com características muito semelhantes aos dentes formados naturalmente.”

“Existe um grande avanço nos experimentos com células-tronco adultas provenientes de tecidos bucais. O seu fácil acesso e o fato de não serem órgãos vitais constituem um atrativo para testes de praticidade e viabilidade de técnicas da bioengenharia. É possível que, num futuro próximo, se utilize da bioengenharia na terapia endodôntica e periodontal, apesar de, atualmente, a ciência se encontrar distante de desenvolver órgãos dentários completos a partir de células-tronco, devido aos mecanismos complexos da formação dentária.”

Fichamento 5

Alerta à resistência antibiótica em periodontia.

Ricardo Takiy SEKIGUCHI a, Cassia Tiemi FUKUDA a, Carla Andreotti DAMANTE b,Giorgio DE MICHELI c, Roberto Fraga Moreira LOTUFO c

a- Pós-graduando, nível Mestrado, Disciplina de Periodontia, Faculdade de Odontologia, USP;
b- Pós-graduando, nível Doutorado, Disciplina de Periodontia, Faculdade de Odontologia, USP;
c- Doutores, Disciplina de Periodontia, Faculdade de Odontologia, USP.

Revista de Odontologia da UNESP. 2007; 36(4): 299-304

Entende-se por resistência bacteriana a drogas, a capacidade herdada ou adquirida que permite que um micror­ganismo sobreviva na presença de determinado antibiótico.”

“No Brasil, o uso de remédios em geral, cresce cada vez mais devido aos hábitos de automedicação da população. Tal hábito se deve historicamente à falta de fiscalização e repressão à venda de medicamentos sem prescrição3. Deve-se ainda ao despreparo de alguns profissionais da área de saúde e à dificuldade que a população enfrenta para obter algum tipo de tratamento. A realidade brasileira faz com que seja mais fácil usar o mesmo remédio recomendado a parentes e amigos a enfrentar as longas filas dos hospitais públicos para conseguir uma simples consulta.”

“Dados nacionais sobre a determinação dos padrões de susceptibilidade e, conseqüentemente, da resistência bacteriana são escassos. [... ] reflete a ausência de dados nacionais sobre o crescente aumento de bactérias resistentes aos antibióticos, principalmente na Odontologia.”

“A descoberta da penicilina por Alexander Flemming em 1928 revolucionou a história da medicina. Porém, logo após, descobriu-se que alguns microrganismos eram resistentes a essa substância.”

A resistência “ocorre basicamente devido a três mecanismos de aquisição de resistência an­timicrobiana: intrínseca, mutante e por meio de aquisição horizontal de material genético de outra bactéria.”

“O primeiro mecanismo implica no fato da resistência ser herdada, ou seja, é característica da espécie.[...] O segundo mecanismo, a mutação, é raro. Entretanto, a modifi­cação em um único nucleotídeo do DNA bacteriano é capaz de desencadear o processo de resistência. [...] A aquisição de material genético pode se dar por transformação, transdução ou conjugação.”

“O conhecimento dos mecanismos de resistência bac­teriana é de extrema importância para a compreensão e a correta medicação.”

Fatores que contribuem para a resistência

Os principais fatores que contribuem para a resistência antibiótica são: uso generalizado na agricultura e na medi­cina veterinária, deficiência na cooperação do paciente, uso desnecessário e aspectos sócio-econômicos em países em desenvolvimento.”

A cooperação do paciente é fator chave para a pro­blemática da resistência, pois o período ou freqüência da ingestão do medicamento é dificilmente controlado pelo profissional.”

“Alguns profissionais receitam sem prescrição e o paciente nesse caso não possui nem o acesso à informação correta. Esses erros na ingestão comprometem a meia-vida do medicamento, podendo resultar na resistência ao antibi­ótico. Outro aspecto seria o fato do uso desnecessário, que a “Aliança para o Uso Prudente de Antibióticos” (APUA) destaca.”

O que está sendo realizado para controlar a resistência antimicrobiana?

No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) iniciou uma campanha em 2003 com o objetivo de controlar a disseminação da resistência microbiana em serviços de saúde no país, por meio do conhecimento do perfil de resistência microbiana e adoção de medidas de prevenção e controle.”

Resistência antibiótica na periodontia

“No Reino Unido, a comunidade odontológica é res­ponsável por 7% das prescrições antibióticas realizadas. Apesar dos profissionais aprenderem na graduação que a maioria das infecções orais pode ser tratada por via mecânica e/ou cirúrgica sem o uso de antibióticos, dentistas prescrevem milhões de antibióticos por ano.”

“Antibióticos prescritos por dentistas são freqüentemente utilizados para tratamento de outras infecções não relacio­nadas com a cavidade bucal. Por exemplo, o metronidazol, prescrito em alguns casos de periodontite agressiva, é usu­almente indicado como coadjuvante no tratamento médico de giardíase, amebíase e vaginites. Tal fato pode resultar em futura seleção natural para a resistência antimicrobiana.”

“[...] a prescrição de antibióticos para infecções dentárias não é exclusividade dos dentistas, outros profissionais realizam tal prescrição, resultando no aumento da seleção natural para a resistência antimicrobiana.”

“Na última década, os antibióticos comumente prescritos na Periodontia, como a penicilina e a tetraciclina, têm demonstrado nítido aumento na resistência antimicrobiana. A explicação mais plausível seria a cres­cente eliminação das bactérias susceptíveis e surgimento de bactérias resistentes.”

Quando e como usar antibióticos na periodontia?

A possibilidade de erradicar ou suprimir os periodontopató­genos da boca poderia reduzir o risco de uma recolonização subgengival e de uma futura atividade da doença.”

“Devemos prescrever antibióticos específicos a cada tipo de microorganismo presente na bolsa. Devemos considerar as características do paciente e situações de perda de inserção contínua, apesar da remoção mecânica do biofilme.”

“Os benefícios do uso de antibioticoterapia sistêmica para tratamento de doença periodontal crônica são controversos na literatura e ainda não se tem uma posição definida a esse respeito.”

“É imprescindível o aumento da freqüência do uso de antibiogramas a fim de que os profissionais obtenham o perfil de susceptibilidade antimicrobiana e não realizem a prescrição de forma aleatória, optando por antibióticos de amplo espectro.”

“A educação é vital, inclusive como auxi­liar na resolução dessa problemática. Os cursos de graduação e pós-graduação deveriam enfatizar o tópico a fim de reduzir o uso empírico e indiscriminado de antibióticos, a dissemi­nação e o impacto da resistência antibiótica no futuro.”