COMPANHIA DO SORRISO

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terça-feira, 3 de maio de 2011

NOSSA HERANÇA EUROPEIA

As regiões Norte e Nordeste, que apresentam maior número de negros e pardos em relação ao número de brancos, assim como em outras regiões do país, também têm da Europa sua maior tributação genética para a composição do seu povo.
“A cor da pele já não é um bom indicativo da ascendência dos brasileiros”. Estudo divulgado na revista PLoS One reafirma que a chave para identificação de ancestrais de uma espécie se encontra nos genes. E surpreende ao evidenciar que, em todo território brasileiro, é dos europeus a maior fatia na contribuição genética – pelo menos 60% – para a constituição do nosso povo.
A predominância da ancestralidade europeia sobre a africana e a indígena no Sul e Sudeste do país atendeu às expectativas, o impensado seria encontrar a mesma implicação no Norte e Nordeste, onde pardos e negros supera a quantidade de brancos.
“Usamos o genótipo e um programa de computador (Structure) para estimar os componentes de ancestralidade europeia, africana e indígena dos indivíduos nas quatro regiões geográficas avaliadas”, destaque dos autores, no artigo.
“Para chegar a essas conclusões, pesquisadores de instituições brasileiras analisaram 40 trechos especiais do DNA, conhecidos como indels, de 934 pessoas, nas quatro regiões mais populosas do país. Os lugares escolhidos para representar cada região foram: Belém (PA), pela região Norte; Ilhéus (BA), pelo Nordeste; Rio de Janeiro (RJ), pelo Sudeste; e Porto Alegre (RS), pela região Sul.”
Com esse levantamento o coordenador, o geneticista Sergio Danilo Pena, pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e sua equipe observaram índice de 77,7%, sendo o maior, de contribuição europeia no Sul e, contudo, significativos 60,6% no Nordeste.
“Os números permitem concluir que a ancestralidade não se reflete necessariamente no aspecto físico, como a cor da pele ou o tipo de cabelo. O caso da Bahia, estado escolhido como amostra do Nordeste, serve como exemplo pontual dessa observação: enquanto lá o número de pardos passa de 62% e o de brancos não chega a 21% (segundo o censo de 2008), a contribuição genética dos europeus é maior que 60%.”
Ênfase deve ser dada ao antagonismo entre os fatores físicos e a origem de uma população que se acentua à medida que a  miscigenação aumenta.

Um Brasil integrado

A pesquisa coordenada por Pena constatou que brasileiros de distintas regiões são geneticamente muito mais homogêneos do que se acreditava, como conseqüência do predomínio europeu.

‘Redenção do Can’ (1895), quadro de Modesto Brocos y Gomes que retrata uma avó negra, com sua filha mulata e genro e neto brancos. Segundo estudo brasileiro, a homogeneização do nosso povo é fruto da política histórica do governo de incentivar a vinda de imigrantes europeus e embranquecer a população.


“Pelos critérios de cor e raça até hoje usados no censo, tínhamos a visão do Brasil como um mosaico heterogêneo, como se o Sul e o Norte abrigassem dois povos diferentes”, comentário do pesquisador. “O estudo vem mostrar que o Brasil é um país muito mais integrado do que pensávamos.”
A uniformidade brasileira é, deste modo, abundantemente maior dentre as regiões do que no interior de cada uma.Valorizando, assim, a diversidade individual. O desfecho do trabalho sugere características físicas, como cor da pele, são, na verdade, “arbitrárias para categorizar a população”. Ainda, assegura a expansão da ótica atual a propósito de tratamentos médicos, frequentemente diferenciados com acostamento em critérios físicos.
“Cada pessoa deve ser tratada individualmente, e não como um ‘exemplar de um grupo de cores’”.

Ciência Hoje On-line
Acesso em 03/05/2011, às 23:20hs.

Um comentário:

  1. É isso aí, Ywaelson.
    Sabe um autor que eu passei a gostar muito falando de ancestralidade e formação do povo brasileiro foi DARCY ARAÚJO.
    .
    O Sérgio Pena citado na sua postagem é professor no instituto em que eu fiz o Mestrado e o Doutorado.

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